Aqui é simples, impressões de shows feitas por mim ou pelos amigos ao redor do globo.
Abrindo o espaço, Lari escreveu sobre o primeiro show do Camera Obscura em São Paulo e a Ana sobre Broken Bells em Seattle.
Camera Obscura
São Paulo 26/05/2010
"Hello, we are Camera Obscura"
A frase óbvia provoca um friozinho na barriga. Espere, já sabemos quem eles são, mas Tracyanne Campbell falando isto na sua frente muda completamente o significado, a noite começou.
Música seguida de música, um doce balanço, eram trechos entrando na alma e o corpo respondendo dançando de lá pra cá. Todas as voltinhas, pequenos sorrisos entre timidez, a cada música reconhecida nos primeiros segundos um novo tipo de alegria, era demais para alguns corpos que precisavam se inclinar levemente para trás e aproveitar aquela linda voz, voz que perfumava o ar. E como se sorria!
Se alguém esbarrasse em você, pisasse no seu pé, você sorria.
As palmas estralantes com "Come Back Margaret", e de repente o lugar parecia um playground onde todos brincavam de cantar, dançar e bater palmas, eram todos crianças apaixonadas. Inocente eu cantava junto e forte "I'm ready to be heartbroken",
"I wanted to control it, but love I couldn't hold it", "I wish my heart was as cold as the morning dew but it's as warm as saxophones in and honey in the sun for you", "Maybe you should travel with me", "I’m a funny little thing", com a mão no coração, realmente querendo dizer tudo aquilo, eram minhas palavras também, minhas músicas.
O fim não parecia o fim, era bonito e nada tinha acabado, cada um levou um pouquinho do que aconteceu naquela noite pra casa, e não deixou de sorrir, disso eu tenho certeza.
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Broken Bells
The Morning Benders & Broken Bells
Showbox, Seattle, WA 25/05/2010
Dia 25 de maio foi um dia bastante aguardado por mim. Quando eu escutei Broken Bells pela primeira vez, ainda em Janeiro quando o álbum vazou e nem era a versão que acabou sendo lançada em Março, foi amor à primeira ouvida.
Acabei ganhando o ingresso de presente de aniversário mas teria pago os $35 de qualquer maneira. O ingresso mais caro de show até agora. E esgotou em menos de uma semana.
A banda de abertura foi The Morning Benders e eu não conhecia. Geralmente pesquiso sobre bandas de abertura pra não lamentar depois que não aproveitei o show como poderia por não conhecer as músicas e depois elas se tornarem maravilhosas.
Não chegará a tanto com o MB porque eu aproveitei o show ali na hora mesmo.
Eles fazem esse indie pop com um ar meio antiguinho e melodias bonitas.
A voz do Christopher Chu fica ótima ao vivo e eles fecharam o set de 45 minutos com a primeira música do CD novo deles (“Big Echo”), “Excuses”. Me arrancou sorrisos.
Fico feliz por ter tirado fotos, geralmente nem tiro a câmera da bolsa pra bandas de abertura e ainda não me arrependi disso.
Meia hora depois vem a atração principal da noite. Os shows aqui são muito pontuais. Geralmente tem cartazes colados com o horário dos shows da noite. Algo do tipo “The Morning Benders: 9:00-9:45PM, Broken Bells: 10:15-11:30PM”. Eu estava esperando o setlist igual ao da mini-tour antes do lançamento do disco: as dez faixas tocadas na ordem. Ligeiramente decepcionante pela ausência do fator surpresa mas nada terrível tendo em vista que o CD é ótimo. Eu estava bem na frente e quando trouxeram os setlists eu já sabia que a turnê oficial seria mesmo diferente. Achei bom.
Apesar de que mesmo assim tiveram combos com a mesma ordem do CD.
Deve ser difícil pra eles separar, já que algumas das canções são continuações naturais das anteriores, como “Mongrel Heart” e “The Mall & Misery”, por exemplo. “The Mall & Misery”, aliás, me arrancou uma lagriminha. A intro fica linda amplificada daquele jeito, não teve como. E sou uma menina, então posso fazer essas coisas de ser sensível de vez em quando.
O mais encantador pra mim foi assistir àquelas canções serem construídas ali na minha frente, com 3, 4 guitarras ao mesmo tempo, teclados, baixo, bateria – a banda tem sete músicos. O Danger Mouse tocou mil instrumentos e foi meio ranzinza ignorando os gritos de “dêêindjá!” que vinham da platéia de vez em quando. Mas ele é produtor e está acostumado a ficar nos bastidores, acho que BB é o primeiro projeto que ele de fato toca ao vivo na frente de pessoas. Entendo. Já o James Mercer é simpático e sorri e tem aquela voz e te faz sentir em casa. O show ficou parecendo curto demais, tem uma música misteriosa no setlist que não foi tocada e eu quero mais. Eles estão esgotando ingressos em todos os lugares e não fico surpresa. Quem sabe um dia eles não voltam e tocam a tal “Hold On” junto com o cover de Crimson & Clover (hit dos anos 60, obrigada Google).
Se eles tocarem as outras dez músicas do disco em ordem já me faria bem feliz novamente.
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Sobre as meninas:
Larice (@puralorota) faz desenhos lindos (já fez alguns para as mixtapes do blog) e é tão doce quanto o Camera Obscura
Ana (@corte_aqui) tem um gosto musical incrível, mora em Seattle e escreva resenhas bacanas pra sites gringos e vez ou outra compartilha comigo da minha insônia.
terça-feira, 1 de junho de 2010
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