Reformas são sempre chatas, na maioria das vezes necessárias.
Nesse caso, nem tanto.
O meu quarto de lazer está sendo reformado. Não, não, ele está sendo transformado em uma bela sala de estar.
Pra você entender melhor, não era um quarto de lazer com home theater de última geração, TV de plasma de mil polegadas com Xbox e Beatles Rock Band e afins.
Não, era apenas um quarto com uma cama que havia sido minha, uma estante antiga estilo vitoriano, um guarda-roupa da minha irmã da época em que era casada e, faz pouco tempo o PC adentrou o meu cômodo preferido.
Ah, tinha uma TV também, de 21 polegadas e que não funcionava.
Esse quarto era minha casa na árvore, melhor analogia não há.
Foi nele que jogava jogo da verdade com as amigas de escola e truco com os amigos junto com os primeiros porres. Lá me escondia do mundo quando achava que ele não estava sendo muito legal comigo (leia-se: muitas vezes).
Lá que eu e meu primo acampávamos durante as longas madrugadas entre seriados e filmes (quando a TV ainda funcionava), queijos e vinhos degustados com muitas lamentações afetivas.
Foi nele que passei boa parte do meu último natal e passagem de ano junto com o melhor amigo.
Foi dentro dele que beijei pela primeira vez o meu primeiro amor e também dentro dele pedi um não ao meu último amor.
Agora, no meio dele vazio, flashes maiores vagueiam enquanto pingos de chuva caem sobre mim. O telhado já se foi, amanhã irá as paredes, depois o chão, depois será tudo reconstruído de outro modo.
Mas o meu quarto, o meu canto, a minha casa na árvore continuará na mente... agora um pouco embaçada pelos pingos da chuva.
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